sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Carta de um Soldado.


  Enquanto todos caminhavam, um de nós ficou para trás não nos demos conta de quão grave isso seria, o que seria nossa jornada sem esse ser?
   Continuamos seguindo em frente, vendo mais um de nós desaparecer deixando marcas de sofrimento e de dor, eu pensei que poderíamos protegê-lo, me desculpe.
   Mais dias se passaram e um por um foi se desligando da jornada que pretendíamos, afinal somos isso não somos?
    Finalmente cheguei ao meu destino, mas olhando para trás, só vejo companheiros que perdi, e o passado obscuro que senti, minhas mãos não obedecem mais, meus lábios não se controlam em dizer os pensamentos do coração.
    Tantos amores eu perdi, tantos sonhos sem querer despedacei, quantos futuros será que eu quebrei?
    Hoje vejo que cada companheiro que perdi era o lugar que eu deveria ter ficado cada remorso que eu sentia estava ligado ao amor que eu não senti, e a cada olhar esperançoso eu não percebia, porem sabia que iria se apagar, eu abri mão daquilo que eu sabia que não iria mais voltar.
     Em meus sonhos me vejo só, uma infância perdida entre corações amargos feitos de chocolate, ou em um falso sorriso de alguém que dizia ser seu amigo criado num campo de treinamento aos treze anos de idade.
    Não sei por onde seguir todos que confiei deixei partir, em uma flor vejo minha esperança, Em um floco de neve o meu destino, em estradas sem destino, eu me encontro seguindo meu caminho, aprendi a não confiar, não nego isso dói.
     Me desculpe por não te amar, me desculpe por não confiar,  sei que eu deveria me entregar, sou um soldado morto em guerra meus companheiros eu tentei proteger, vidas foram perdidas, famílias destruídas o ódio que me alimentou me fez ser tudo o que eu sou, queria poder voltar, arrumar tudo que eu fiz, mas sou somente um espírito que tende a caminhar, rezando pela dor daqueles que sabem que eu nunca mais vou voltar.

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