quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lagrimas Misturadas ao Vinho



 Em seus olhos eu via um pedaço da noite que eu jamais vi, em sua respiração sentia a brisa que nunca senti, em sua boca o mel que nunca provei, em seu sorriso um brilho ofuscante que nem mesmo o diamante tem.
 Por que tinha de acabar assim? Tão jovem e não esta mais aqui, por que se foi tão cedo? Não tive tempo nem de me despedir, tenho tanto medo, meu espírito ainda não aceitou, me desculpe, mas seu tumulo eu ainda nunca vi, não tive coragem não sei como agir.
 É tão difícil estar aqui, tomando vinho na frente de uma lareira chorando sobre seu retrato enquanto a chuva cai na noite fria.
 Volto a caminhar sozinho e sem direção, essa chuva não é tão fria assim comparada com meu coração, tenho medo, muito medo de voltar lá. Ainda não como vou reagir, sempre achei que seria no altar que eu te veria junto às flores que você tanto gostava.
 Pela primeira vez consigo vir aqui, me surpreendo ao ver seu tumulo, caminho devagar e com dificuldades até ele, agora coberto de folhas secas e de flores banhadas com minhas lagrimas misturadas ao vinho.

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